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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Tentativa



Aprendiz de dificuldades, enfrento desafios sem muita tolerância. Esta história de administrar blog... UFA!!! Como eu tenho apanhado!! Mas vou aprendendo...

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

DE AFETO CAPTURADO

O menino nasceu de mãe triste, na casinha pobre da pequena chácara afastada, bem no interior do estado. Ali os dois vivem e vencem um dia de cada vez. Ele se acha criaturinha protegidinha nesse mundinho de necessidades e migalhas, desde que a mãe esteja por perto.
O menino ajuda a mãe que planta horta de folha: alface e almeirão e couve e cebolinha. A mãe é uma forma que se movimenta e grunhe. Por perto de onde ela andar, ele é a sombra que acorre a cada som dela.
A lida é dura, com chuva ou com sol, se é dia de plantar e cuidar. Dia de colher é pesado igual. É sim. Mas é diferente. Fica no ar um tom de cinza e no coração um aperto de secar a garganta e de não ter quantidade de água que dê jeito, toda vez que é dia de arrancar a plantinha que brotou do chão. Pois acontece que é aí então que a mãe vai pra cidade e deixa sozinho o menino. Sozinho de tudo. Ela vai lá vender a colheita. E o dia não passa e a mãe não chega e o escuro toma conta da alminha do bichinho acuadinho de medo. Com os ouvidos esticados pro rumo da chegada, ele cochila e acorda pelas horas da noite sem fim e sente que o diferente tira do chão a firmeza e a vontade de viver. Até que a mãe se faz presente e tudo volta ao de antes, que continua sendo sempre o mesmo. Vida de tanta lida. Parece até beija-flor, criaturinha sofrida que vem e vai e vai e vem e bate as asinhas num movimento agitado, num sufoco sem fim, numa pressa!
Teve a noite em que ele sonhou que era um. Acordou pra um dia de muito riso de alívio. Qual! Do que conhecia da vida, do jeito que tava, tava muito era bom. Que idéia! Gostava era de ser gente.
Teve também a noite que acabou e o dia clareou e nem sinal da mãe. Que só chegou na hora que o sol cansado se despedia. Ela carregava nos braços uma bolinha parecida com um torrão de terra e passou pela porta da casa, ao lado dele, e foi até o pé de árvore que tinha o ninho do tico-tico. A mãe pegou dois filhotinhos e deu pro torrão que engoliu tudinho, de nem dar tempo de piscar duas vezes. A mãe falou e ele entendeu: é gato e come passarinho. E a mãe e o gato e o menino entraram na casa. A mãe e o gato logo dormiram, enquanto o menino deles não desgrudava o olho.
E aí começou achando graça. E riu. E escorria água dos olhos, coisa que já tinha visto a mãe fazer. E continuou naquela situação de observador, com o coração desapertado no peito. O gato abria os olhos de vez em quando. Ele olhava pra conhecer o bicho que tinha um risco preto em cada olho. E ficou assim, revezando entre olhar o gato e olhar a mãe. Até que dormiu, capturado e feliz.
OUTUBRO DE 2008

Sinais de Luz

Sônia era a companheirinha da mãe, D. Rita. Era caladinha e muito educada. A mãe a elogiava por seu empenho na escola. Ela estudava pela manhã, enquanto a mãe fazia as tarefas de casa. À tarde, as duas, muito religiosas, iam à igreja e, de lá, decidiam as visitas de caridade, para irem alentar, material e espiritualmente, famílias carentes.
Até que, com dezesseis anos, Sônia começou a vomitar sangue. E, a partir de então, passou por hospitais, desalentos e sofrimento. Com o tempo, enfraquecida, não aguentou mais, entrou em coma e sofreu morte cerebral. O processo todo durou quase dois anos. Os médicos alegaram que ela contraiu hepatite na infância e que, mal curada, a doença provocou enfraquecimento físico, comprometendo as veias. Isso explicava tanta hemorragia.
A situação comatosa causava muita ansiedade na mãe. Por não suportar mais vê-la sofrendo, procurou então o apoio espiritual do padre da sua paróquia. E ele a encaminhou para falar com um jovem, o Daniel, que se encontrava hospedado na casa paroquial. Era um seminarista de passagem pela cidade. Ela contou a história da Sônia  e pediu-lhe que a ajudasse com orações que libertassem a filha.
_ Realmente, tenho um dom, manifestado em sonhos, e isso me tem permitido confortar as famílias em momentos de perda, disse ele. E explicou que a procuraria, em sua casa, no outro dia, pela manhã, para irem juntos ao hospital, onde ele esperava ter as palavras certas para libertar Sônia.
No dia seguinte, D. Rita o ouviu falar, evidentemente desnorteado:
_ No meu sonho, uma senhora de cabelos negros me disse: “O dia é amanhã. Diga a ela que é a mamãe quem vai levá-la para a Luz”. Foi quando acordei e passei o resto da noite em claro, imaginando como dar a notícia pra senhora, D. Rita, pois não entendi nada. Pela primeira vez, não entendi a mensagem.
D. Rita, com expressão triste, agradeceu, acrescentando:
_ Quem você viu foi a mãe verdadeira: minha cunhada. Eu sou tia. A mãe faleceu quando ela era bebê. E meu irmão precisou de mim para criá-la.
Naquela mesma manhã, no hospital, Daniel e D. Rita despediram-se da menina caridosa que seguiu para a Luz.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Taís nasceu!

A menininha que estava prevista pra domingo, 26 de setembro, antecipou-se e chegou na segunda, 20, com 2 quilos e 750 gramas e com 46 centímetros! Um presente de Deus nas nossas vidas! Seja abençoada, Taís! Que o Manto da Mamãe do Céu seja constante proteção na sua vida! Beijinhos da vovó orgulhosa e feliz!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Cidadezinha do Interior

Te comemoro de segunda a sábado
e no domingo.
Saboreio teu sol tua chuva teu povo.
Tua cara é puro charme
e tens o coração exposto.
Que gosto! E gosto!
Meu olhar se perde a olhar em ti o simples o puro as gargalhadas
nas tardes de bem-querer.
Anseio por ti. Me tens em sonho.
Integro-me ao cotidiano da tua vida
porque tu és a esperança
Meu passado, meu presente,
meu porvir.

BY CLÉIA GERIN (2005)