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sábado, 24 de julho de 2010

Nossa Senhora da Rosa Mística

Canto encantada a magia da Tua luz
e o tom azul do Teu Manto.
Inspiro, inebriada, a doação de bênçãos e Teu perfume.
Viajo o espaço e o Milagre:
Sou Tua criação.
Abrigo-me na existência da beleza-realeza:
És Tu entre as Flores!
Se Tu não existisses, Rosa do amor humano,
Que seria do universo
Que seria do perdão
Que seria de mim?

by Cléia Gerin (2003)
Miniconto: Aprendente

Alice rabisca o ar com cuidado, pois as palavras pesadas caem-lhe nos pés descalços.
Ô dor!
Escreve e pula. Eita!
Palavras leves ficam suspensas:
algodão e pena e nuvem e anjo e amor de mãe e alegria e amor-próprio e nominho de santo e...
sabedoria... Epa!
Sabedoria caiu pesado! Acertou bem o dedão desavisado do pé direito.
Estranheza:
tem chumbo na sabedoria?
A lapada na mão veio com vontade e xingamento da mãe:
– menina mais escalafobética, cheia de mania, te arranco o couro, palerma, aprendeu a escrever e fica boquiaberta, braço no ar, riscando nada, falando sozinha... Só falta babar.
Desacorçoada, ela apaga a alegria, o amor próprio e o amor de mãe. Depois vai olhar a rua e os ombros caídos das pessoas que passam, enquanto afaga a saudade do pai que o Pai levou.
Cléia Gerin
Por que escrever?
São tantas as razões...
Por ter mt a partilhar
sobre a minha aldeia
minhas experiências
meus pensamentos
meus medos e alegrias
meu futuro...