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terça-feira, 2 de junho de 2015

UM PADRINHO DOCE E SORRIDENTE


Nas ocasiões festivas que meu padrinho nos visitou, no Distrito Federal, a alegria vinha junto e perdurava na nossa companhia, mesmo tendo passado semanas depois da volta dele para nossa Ipuã, no interior de São Paulo.
Divertido, bom contador de casos, um repertório bom de anedotas – mesmo se repetidas - era uma companhia muito agradável.
Nosso amor era recíproco!
Ele falec
eu dia 05 de junho de 2001.
Eu estava preparada, psicologicamente, para visitá-lo e passar o aniversário dele, comemorando sua vida, no dia 07.
No entanto, não foi assim que aconteceu!

(Nesta foto, meu padrinho veste camisa branca. Veio comemorar Bodas de Ouro dos meus pais, Ézio e Jandira, casal à direita)

A anedota dele, mais representativa e lembrada, é a que envolve um doce que foi servido para um visitante, em uma casa simples, de gente hospitaleira:
A conversa já rendia um tempo e, como era de praxe, em ocasiões assim, era chegada a hora do cafezinho; sinal de hospitalidade. Mas a visita disse que não tomava café. A dona da casa, então, providenciou um doce. Buscou a linda compoteira, cheia de doce de abóbora com coco e a colher de servir e voltou à cozinha para buscar pratinhos e colheres pequenas, para ela, a visita e o marido. Nesse meio tempo, o marido saiu e foi ao banheiro e, quando ela chegou com os pratinhos e talheres, ouviu a reclamação do visitante:
- A senhora pôs doce demais pra mim! Tá muito gostoso, mas acho que não aguento comer tudo isso, não...
Ele sempre recontava a anedota, sem muitas variações e, a cada vez, atentos, ríamos e achávamos divertida como se ouvíssemos pela primeira vez.
Também porque dava gosto ver a alegria estampada no rosto dele, evidenciando o tanto que a história o divertia.
Meu padrinho, Antônio Gerin, único irmão do meu pai, Ézio Gerin, nasceu, foi criado, constituiu, criou a família, faleceu e foi sepultado em Ipuã.
Foi casado com a Lourdes e tiveram cinco filhos. Minha madrinha se foi muito nova, em novembro de 77.
Ele possuía uma loja de calçados, na avenida principal da nossa cidadezinha pacata, de gente ordeira e trabalhadora. Lá onde, hoje, a filha caçula tem uma loja charmosa e variada de novidades, onde vende artigos de papelaria, de casa, brinquedos, decoração e para presentes.
Não foi uma caminhada fácil, a vida desse tio-padrinho. Foi persistente e de garra. Ele era um homem justo, de fé, muita fé na vida e no tanto que vale a pena ser bom para o próximo.
Deixou saudade e ensinamentos.
E inspira muita gratidão e sentimentos ternos no coração desta afilhada paparicada que sabia, com certeza, que as bênçãos e orações dele fizeram mais leves os enfrentamentos dos próprios percalços.

Deus o tem!


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