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domingo, 27 de março de 2011

TENHO SAUDADE


É comum escrever a palavra no plural: saudades... Não carece, como dizia minha Nona. Tá certo que dá ênfase, ideia de quantidade de vezes em que acontece e aperta o peito... Mas a língua dispensa, por exagero... Tenho saudade das pétalas que voam, apesar de Cecília Meireles (no poema 'O quarto motivo da rosa') ter recomendado que não deveria. Concordo com ela, não é por perder as pétalas que deixamos de ser... No entanto, como são muitas as que já se foram, não tenho como não me afligir... Acho importante dizer adeus. Chorar. Deixar a imaginação voltar no tempo e redescobrir as sensações do aprendizado de alegria e dor que o tempo impõe e que a mente filtra. Reservo-me o direito de pensar nas pessoas que acrescentaram emoção e riqueza para minha chegada até aqui, nas condições emocionais que sustentam minha felicidade e minha autoestima. As mais representativas entraram na minha vida, durante a infância e a adolescência. E mantiveram-se fortes e vívidas... Minha memória é a rica órbita deste corpo que deteriora. Deus a conserve até o fim! Amém!

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